domingo, 22 de julho de 2012

ERRATA...


Errata é uma ferramenta valiosa para compensar algum escorregão que passou pelo
processo de impressão.
Podemos encontrar essas correções tipográficas em livros, manuais ou outras
publicações.
Geralmente a errata é impressa nas páginas finais da obra ou em folha separada.
Tais correções e outras que venham a ser descobertas serão incorporadas à obra numa
edição posterior, à qual se costuma incluir o subtítulo: edição revista e corrigida.
Pensando em nossa vida, nos indagamos se não seria interessante que pudéssemos
fazer algumas erratas.
Quando falamos algo de forma indevida, indelicada, como apreciaríamos poder apontar:
onde se ouviu de tal forma, por favor, entenda-se dessa outra.
Quando um amigo nos vem relatar suas dores e, atarefados em demasia, não lhe damos
maior atenção, como seria importante se pudéssemos estabelecer a errata:
Desconsidere o momento em que fui desatencioso com você e, por gentileza,
considere que eu me importo com o que lhe acontece. Posso visitá-lo?
Algumas pessoas dizem que na vida as coisas não acontecem assim, que não dá para
ficar elaborando errata a cada falha cometida.
Elas têm razão, pois algumas das nossas falhas somente as percebemos quando é tarde
demais, quando não se pode mais fazer o ajuste.
Recordamos daquele pai que fica imerso em negócios e mais negócios, sem tempo para
seus filhos.
Quando a filha o convida para ensaiar uns passos de dança, no parque, ele se esquiva,
com a desculpa de que é ridículo o que ela propõe.
Ela é uma criança, cheia de fantasia. Para ela, o parque é um salão de festas, a música
que toca no aparelho de cd é uma grande orquestra.
E ela dança só, enquanto o pai simplesmente lhe observa a graciosidade dos
movimentos de menina.
Mas, depois, quando ela adoece e parte para a outra vida, de forma rápida, ele recorda
que poderia tê-la tido nos braços mais tempo, que poderia ter brincado mais, ter-lhe
dado mais atenção.
Como ele apreciaria poder fazer a errata: Naquele dia, quando eu disse que não queria
dançar, entenda que eu era um tolo e desejo muito dançar com você.
Bem disse alguém que as lágrimas mais doloridas derramadas sobre os túmulos são as
lágrimas do remorso.
Remorso de não ter estado mais presente, de não ter atendido pequenas coisas, de não
ter abraçado mais, beijado mais.
Remorso de não ter demonstrado seu amor com todo vigor, sem peias, sem tolos
pudores.
* * *
Errata - ferramenta valiosa, mas não disponível em todos os lances da nossa vida.
Com certeza, teremos possibilidade de pedir perdão, de solicitar desculpas, de reparar
faltas cometidas. Mas, nem todas.
Por vezes, a pessoa já se foi, o tempo é outro, a distância se faz imensa.
Por tudo isso, invistamos na vida, no amor, nos relacionamentos.
Não aguardemos que o tempo se escoe e que a errata somente possa ser feita, em nova
impressão, ou seja, em uma nova reencarnação, como uma obra reeditada, revista e
corrigida.

Ajamos já!!

Redação do Momento Espírita.
Em 18.07.2012