quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

RECEBER E DAR

Ensinamentos deixados pelo Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov


 FASCÍCULO Nº. 2 - 12º. Capítulo  

Ao nascerdes, recebeis dos vossos pais um corpo - alguns dizem: a vida. E depois, durante anos e anos, sois alimentados, vestidos, alojados e educados por eles. É uma imensa dívida que se acumula. 

Muitos recusam reconhecê-la: criticam os pais, opõem-se a eles, pensam que não lhes devem nada. Pois bem, isso é desonesto. Mesmo que não sejam perfeitos, os vossos pais amaram-vos, inquietaram-se por vós, cuidaram de vós quando estivestes doentes. Isso tudo não significa nada? 

Ficai a saber, pois, que tendes, antes de tudo, uma dívida para com os vossos pais.
 

Depois, tendes uma dívida em relação à nação a que pertenceis, porque recebestes dela toda uma herança de cultura e de civilização, com bibliotecas, laboratórios, universidades, teatros... Ela põe à vossa disposição as suas estradas e vias férreas, os seus navios e aviões, o seu exército e a sua polícia para vos proteger. Depois, deveis alguma coisa à vossa raça, porque ela vos deu um tipo físico com uma cor de pele, de cabelo, etc., uma estrutura psíquica, uma mentalidade.
 

E não é tudo; também contraístes dívidas para com o planeta, esta terra generosa que vos alimenta e vos dá sustento... e também para com todo o sistema solar, porque é graças ao sol e aos planetas que somos incessantemente sustentados, vivificados... para com todo o Universo... e, por fim, para com o Senhor...
 

Quer queiramos, quer não, não fazemos outra coisa senão receber, receber, receber, e agora temos uma enorme dívida. Aquele que quer comportar-se como um ser justo deve estar consciente desta dívida. Por isso, ama, antes de tudo, os seus pais, é bom para eles, para lhes retribuir o que lhes deve. 

Pela sua atividade, pelos seus pensamentos e sentimentos, ele também se esforça por retribuir algo à sociedade, à nação, à humanidade inteira, ao sistema solar, a todo o cosmos, e, finalmente, a Deus. É desta maneira que ele salda as suas dívidas e então a natureza reconhece-o como um ser inteligente. 

Todos os que não procedem assim, ela considera-os como ladrões, seres desonestos, e envia-lhes alguns corretivos para os instruir e os fazer ganhar juízo.
 

E por tudo o que recebemos da natureza – ar, água, calor, luz... – nós contraímos mais uma dívida.
 

Mas, como não podemos retribuir esses benefícios sob a forma em que os recebemos, nem desobrigar-nos com dinheiro, temos de pagar a dívida com o nosso amor, o nosso reconhecimento, o nosso respeito, a nossa vontade de estudar tudo o que a Inteligência Cósmica escreveu no grande livro da natureza. E, de resto, também nos desobrigamos fazendo bem a todas as criaturas, dando-lhes da nossa luz e do nosso calor, sob a forma de pensamentos justos e retos e de sentimentos generosos.
 

Lá porque não podemos devolver o que recebemos sob a forma em que o recebemos, não devemos pensar que não estamos em dívida. Recebemos o nosso corpo da terra e devolver-lho-emos um dia, necessariamente; mas, entretanto, enquanto estamos vivos, conservamos o nosso corpo, ninguém nos pede para o darmos. O que podemos dar são as nossas vibrações, as nossas emanações luminosas. O homem foi criado nas oficinas do Senhor para irradiar através do universo inteiro. Ele recebeu uma quinta-essência de luz que, incessantemente, pode ampliar, vivificar e enviar para o espaço.
 

Eis ideias novas para vós! No plano físico, nós somos limitados, mas no plano espiritual as nossas possibilidades são infinitas e podemos retribuir multiplicado por cem tudo o que nos foi dado.

Fonte: http://www.publicacoesmaitreya.pt/